segunda-feira, 12 de março de 2012

Teixeira renuncia através de carta e deixa CBF após 23 anos


Ricardo Teixeira não é mais o presidente da CBF. Alvo de diversas denúncias de corrupção, o dirigente renunciou nesta segunda-feira. A notícia foi dada por José Maria Marin, que leu uma carta em que Teixeira se despede do cargo, que ocupava desde 1989. Ex-genro de João Havelange, que comandou a CBD (que viria a se tornar CBF) entre 1956 e 1974 e a Fifa daquele ano até 1998, Teixeira se espelhou em Havelange no gosto pela permanência no poder, e conseguiu se reeleger por quatro vezes consecutivas.

José Maria Marin assumirá o cargo que foi de Teixeira até o fim do mandato, que termina em 2014, por ser o vice-presidente mais velho da CBF. Marin é ex-governador de São Paulo e foi visto recentemente embolsando uma medalha que deveria ser entregue aos jogadores da equipe sub-18 do Corinthians, que venceram a Copa São Paulo de Juniores. Após o flagrante, ele afirmou que o objeto era um presente da Federação Paulista de Futebol.

Pouco tempo atrás, Teixeira era nome certo para disputar a sucessão do presidente Joseph Blatter na Fifa, em 2015. Sua situação piorou quando teria apoiado nos bastidores a candidatura do catariano Mohamed bin Hammam nas eleições do ano passado. Hammam desistiu da candidatura pouco tempo depois por conta de denúncias de corrupção, mas a suposta traição teria abalado suas relações com Blatter, que disse ver Michel Platini, atual presidente da Fifa, como seu sucessor ideal.

No período em que Ricardo Teixeira esteve à frente da entidade, o Brasil disputou seis Copas do Mundo e conquistou duas, em 1994 e 2002. A alternância entre fracassos e bons desempenhos dentro de campo ocorreu simultaneamente a uma série de denúncias contra o dirigente. O primeiro momento de grande turbulência ocorreu no início dos anos 2000, quando foi acusado de lavagem de dinheiro, apropriação indébita, sonegação de impostos e evasão de divisas no relatório da CPI do Futebol. No entanto, Teixeira não foi condenado pela Justiça e seguiu à frente da CBF.

Mesmo sendo o principal nome da organização da Copa do Mundo de 2014, comandando o Comitê Organizador Local (COL), Teixeira se enfraqueceu nos últimos meses pelo aumento das denúncias envolvendo seu nome. Ricardo Teixeira também deixou a presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, cargo que será ocupado por José Maria Marin.

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