Era quinta-feira, por volta das 18h. Após o segundo período de treino no dia, com coletivo de uma hora de duração, Chicão se juntou a Danilo para dar um trote em volta dos campos do CT.
– Está puxado, mas é válido. Temos duas competições para disputar e, sempre que pode, damos esse trote para aliviar um pouco.
Chicão começa a temporada sem medir esforços. Desde 2008 no clube, pela primeira vez o camisa 3 inicia um ano na condição de reserva. Por isso, tem se desdobrado nos treinamentos, na esperança de que uma nova oportunidade apareça para o seu retorno ao time titular.
Foi em setembro do ano passado que o jogador mudou seu status. De titular absoluto e um dos ídolos da torcida, o zagueiro foi barrado por Tite por deficiência técnica na véspera de um clássico contra o São Paulo, causando polêmica ao pedir liberação da partida por estar “emocionalmente abalado”.
Mesmo depois de um mês de férias, em que houve muito tempo para conversas e reflexões sobre o ocorrido, ele afirma não se arrepender do episódio que o fez perder a posição para Paulo André.
– Nada mudou. Até conversei com algumas pessoas que procuraram entender meu lado também. Na época, olharam bem o lado do Corinthians, mas não olharam o do ser-humano. Não abandonei o grupo, tanto que depois estava treinando, disposto a ajudar. Sinceramente, não me arrependo do que fiz. Talvez poderia ter acompanhado o time até o estádio, mas não tinha condições de ficar no banco ou de entrar.
Em busca da vaga perdida, Chicão acha que está no mesmo patamar dos companheiros na briga por posição. E confia em seu potencial:
– Começa tudo zero a zero. Eles terminaram o ano jogando, mas Tite falou que todos vão ter oportunidade e que quem estiver melhor vai jogar. Não é porque hoje estou no banco que vou me entregar. Vou trabalhar e tentar recuperar o meu espaço – diz Chicão, que herdou a tarja de capitão quando William se aposentou.
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