sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Após brinde, operários "rivais" falam em vender camisas do Corinthians



Os 850 funcionários efetivos que trabalham nas obras do estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste de São Paulo, ganharam camisas oficiais do clube nesta quarta-feira, durante festa de confraternização de fim de ano realizada no local. Sem dúvida um bom presente de Natal aos fãs alvinegros, mas e para quem torce para outro time? Soluções como dar de presente ou vender foram as mais ouvidas pelo Terra.

"Vou dar para minha mulher, corintiana fanática", admitiu o carpinteiro Ciro Gomes, 24, que nasceu no Maranhão e é torcedor do Flamengo. "Vou dar para o meu irmão", completou o operário Flávio Luis, 32, santista.

"Vou dar para minha filha dar de presente para o pai dela no Natal", disse Taíse Nascimento, 25 anos, auxiliar administrativo. "O que tem mais é palmeirense e são-paulino, mas não tem nada demais. Aqui a gente veste a camisa (da equipe da obra)", completa ela, torcedora do Palmeiras. Nesta quarta os funcionários tiveram literalmente de vestir o uniforme corintiano para tirar uma foto ao lado do ex-presidente alvinegro, Andrés Sanchez. "Alguns não queriam usar a camisa. Fiquei tirando sarro", divertiu-se o armador Anderson Teixeira, 28 anos, corintiano.

Enquanto formavam fila para receber os brindes, alguns torcedores falavam em voz alta em vender a camisa. Esses, porém, recusavam-se a se identificar. Um são-paulino, por exemplo, até pediu o autógrafo de Andrés - a quem chamou de "humilde" por posar para fotos e assinar a camisa dos trabalhadores - e disse que isso "valorizaria" o preço da camisa na hora de negociá-la.

Mas a festa no canteiro de obras foi mesmo dos corintianos. Jorge Marques, 31 anos, ajudante de produção, levou até uma bandeira do time para provocar os rivais. "É penta!", comemorou, vestindo a camisa toda preta que recebeu - as opções eram modelos oficiais nas cores preta, branca e listrada de branco e bege, todos datando de 2010, ano do centenário do clube, e cedidas pelo Corinthians à construtora Odebrecht.

No início da distribuição, os operários puderam pedir a cor de sua preferência, mas para não se gastar muito tempo aos poucos a escolha foi sendo vetada.

Alguns operários reclamavam que havia apenas uniformes no tamanho G e GG, porém isso não incomodou o sinaleiro Robson Lourenço, 35 anos, que exibiu, orgulhoso, também uma outra camisa a qual já possuía. "Tem o autógrafo de todo mundo que passou por aqui: Ronaldo, Neto, Andrés, Rivellino, Pepe, Coutinho", contou o corintiano, para quem o presente recebido nesta quarta ficou nitidamente um ou dois tamanhos acima do seu.

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