O Corinthians tem um mito, e ele não é jogador. É Gildásio Matos Miranda, roupeiro do clube.
Funcionário mais antigo – começou a trabalhar no Parque São Jorge em janeiro de 1964 –, Miranda, de 69 anos, “vai para a sua última Libertadores”. Como o próprio diz, a pilha está se esgotando e a hora de parar se aproxima.
Depois de estar presente em todas as edições da competição sul-americana, ele espera que este ano seja único: o fim da era Miranda, com o título inédito na galeria alvinegra.
– Tudo tem a época certa de acontecer. A minha chegada no Corinthians foi um golpe de muita sorte. De tanto trabalhar, correr atrás, uma hora acontece. E, se Deus quiser, vai ser esse ano. O grupo é muito bom, todos trabalham certinho, da diretoria aos funcionários. Vai acontecer! Todos vêm trabalhando forte, correndo atrás, muitas Libertadores já passaram. Está chegando a nossa hora... – afirmou o roupeiro, ao LANCENET!.
Miranda é querido por todos e virou um símbolo. Desde 2004, porém, sua rotina começou a ficar mais amena. Ele já não viaja mais com o grupo, nem vai aos estádios nos jogos. Além da idade avançada, é tudo para poder fazer companhia para sua esposa, Maria de Lurdes.
– Quem trabalha com o futebol abandona a casa. Passei minha juventude viajando, chega uma hora que precisa ficar em casa, descansar aos domingos – revelou.
Foi por um acaso, após uma visita ao Parque São Jorge, que ele recebeu um convite de trabalho e aceitou. Desde então, dedicou os anos de sua vida ao clube, preparando os uniformes daqueles que fizeram história. Os melhores amigos, com quem ainda mantém contato, são antigos ídolos, como Zé Maria e Basílio, heróis do título do Campeonato Paulista de 1997.
Nesta quarta, serão 30 milhões de corintianos com uma mesma obsessão. Apenas um dedicou os últimos 48 anos da vida ao clube. Corinthians, jogai por Miranda. Todos os dias.
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