sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Zagueiro corintiano lança livro e conta 'esquema das bolas murchas' na final do Brasileiro

Durante a trajetória do Corinthians rumo ao título brasileiro em 2011, o zagueiro Paulo André decidiu escrever um livro sobre tudo o que viveu no futebol, desde a adolescência até os dias de hoje. “O jogo da minha vida – Histórias e reflexões de um atleta” relata bastidores, folclores do futebol, conta dezenas de passagens da carreira do atleta de 28 anos e detalhes da conquista nacional pela equipe alvinegra. 

No capítulo ‘Campeão brasileiro de 2011', por exemplo, Paulo André descreve os minutos finais do clássico contra o Palmeiras, o 0 a 0 que garantiu o troféu nacional.

O lance em questão é um escanteio para o rival alviverde, e a cobrança sairia dos pés de Marcos Assunção. O momento tenso virou cômico na visão do beque corintiano.

“Colocamos dez jogadores dentro da área para afastar o perigo. (...) Olhei mais uma vez para o batedor, que demorava para efetuar a cobrança. Ele pedia ao juiz outra bola, já que a primeira estava murcha. (...) Percebi que o cobrador permaneceu estático, mostrando que aquela bola também não tinha condições de jogo. Tive vontade de rir. Fazia parte do folclore do futebol, mas eu nunca havia presenciado isso numa partida tão decisiva. Os gandulas haviam murchado a bola para atrasar o jogo, fazer o tempo passar e diminuir as chances do time adversário marcar o gol.”

Em entrevista ao UOL Esporte para falar sobre a obra, Paulo André explicou o ‘causo’ entre risos. “Para mim, ali um segundo demorou dez para passar. Depois perguntei aos meus companheiros se eles viram que a bola estava murcha, e eles disseram que não foi assim. Assisti ao vídeo em casa, perguntei para o meu pai, e ele também não viu aquilo. Foi a visão que tive. No livro tentei contar de várias maneiras o final do campeonato, o momento derradeiro. É inédito por isso, são coisas atuais”, explicou.

A parte final foi escrita durante concentrações e viagens pelo Campeonato Brasileiro. “Sentava no avião e pedia para o pessoal [do Corinthians] ler. Eles foram me ajudando, dizendo ‘está legal, gostei’, se identificavam com a história, davam risada”, comentou o beque.

Os 32 capítulos foram elaborados com uma linguagem leve, em primeira pessoa, e permeados por diálogos e lembranças do autor durante a sua história no futebol.


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